Acordo - e nunca o sono, em seus delírios.
Me abriu palácio algum de claridade,
Com tão vastas abóbadas de brilho,
Como, hoje, esta imortal realidade!
Não sei que novos horizontes vejo...
Que pura e grande luz inunda a esfera...
Quem, nuvens deste inverno, nesse espaço,
Em flores vos mudou de primavera?!
A luz não é de Deus - é tua, filha,
Que, antes de ti, ninguém nunca me deu
Olhar que visse, coração que amasse,
E asas d'amor com que voar ao céu...
E se as aves do ar, pela manhã,
Se erguem e têm mais plácido trinado,
Se têm canto melhor - é que esta noite
Poisaram a dormir no teu telhado.
Se as noites nos enviam mais segredos,
Ao sacudir seus vaporosos mantos,
Se desprendem do seio mais suspiros...
É que dizem teu nome nos seus cantos.