Que importa que o não digas,
Se ficas a cismar?
Que importa que emudeças,
Se podes suspirar?
Que importa o nome, a fala,
Que importa um eco ou voz,
Se quem dá nome ao nome
- O amor - temo-lo nós?
Que importa a quem suspira
O som que tem seus ais?
Também nós suspiramos...
O mais... que importa o mais?
*
Bem como a gota d'água o pobre insecto inunda,
Inundem-me d'amor teus olhos - céu e luz -
A quem pedimos nós que amor ao peito infunda?
Ao seu símbolo - à cruz -!
Abre-te, asilo santo, único, eterno abrigo,
Ó seio virginal! ó seio de mulher!
É mãe, e irmã, e amante! é este o seio amigo!
Eu quero inda viver!
O infinito! Ideal! Visão, que mal pressinto!
Transfigura-te aqui! deixa cair teu véu!
Quero palpar e ver a Deus, nisto que sinto!
Quero antever o céu!