Venham-me esta alma ungir palavras do teu lábio.
Que mestre há aí que valha um lábio de mulher?
Que livro folheou o Cristo, o maior sábio?
Quero a vida aprender!
Coração! coração! eia! ressurge! vive!
Já pôde à voz do amor um morto ressurgir...
E tu não te hás-de erguer, ó coração que tive?
Quero ainda sentir!
Afunde-me no mar da vida pelo afecto;
Quero sentir-lhe a vaga em mim tumultuar:
- De vida o oceano é pai, de vida anda repleto -
O amor! que imenso mar!
Irmã! dá-me do manto alvíssimo uma ponta,
Onde me envolva todo um raio dessa luz...
Não é a cruz quem vê o dia mal desponta?
Tu és a minha cruz.
*
Cruz tão doce de levar...
Cruz que não tem seu calvário,
Nem espinhos, nem sudário...
Cruz do altar!