Já não veria dissipar-se a aurora
De meus inúteis anos, sem uma hora
Viver mais que de sonhos e ansiedade!
Já não veria em minhas mãos piedosas
Desfolhar-se, uma a uma, as tristes rosas
Desta pálida e estéril mocidade!
1864.
VIII
A UMA MULHER
Para tristezas, para dor nasceste.
Podia a sorte pôr-te o berço estreito
Nalgum palácio, e ao pé de régio leito,
Em vez deste areal onde cresceste:
Podia abrir-te as flores - com que veste
As ricas e as felizes - nesse peito;
Fazer-te... o que a Fortuna há sempre feito...
Terias sempre a sorte que tiveste!
Tinhas de ser assim... Teus olhos fitos,
Que não são deste mundo e onde eu leio
Uns mistérios tão tristes e infinitos,