Leva-te o ar da noite sossegada...
Pergunto em vão, com olhos ansiosos,
Que nome é que te dão os venturosos
No teu país, misteriosa fada!
Mas que destino o meu! e que luz baça
A desta aurora, igual à do sol posto,
Onde só nuvem pálida esvoaça!
Que nem a noite uma ilusão consinta!
Que só de longe e em sonhos te pressinta...
E nem em sonhos possa ver-te o rosto!
1864.
XIV
A UMA POETISA
Poesia! mas poesia que console,
E a alma acalente em berço d'harmonias!
E doire a lassa fronte a nossos dias,
Como às manhãs d'inverno doira o sol...
Dessa que Deus revela aos inocentes...
Como a gente a sonhou na sua infância...
Que anda a boiar em ondas de fragrância
- Cruz sobre uns seios virginais, trementes...