Dizia ela que os canudos continham ossos das sete irmãs santas naturais de Basto, de S. Cucufate de Braga, de S. Pascásio, bracarense também, e de S. Rosendo, do Porto, cidade que ainda não deu outro santo, nem promete. E, exibidas as relíquias, acrescentou:
– Preciso ficar sozinha com a doente, e vossemecê enquanto eu lá estiver não me corte o ar, entende?
– Olhe que eu não sei o que vossemecê diz, santinha, lá disso de cortar o ar, salvo seja.
– Não abra a porta do quarto em que a tolhida estiver comigo, percebe agora?
– Ah! Quanté isso, vá descansada. Feche-se por dentro no sobrado, que ninguém lá vai. Venha daí com Deus.
E, encaminhando a suposta benzedeira ao sobrado alto em que estava a filha, entrou com ela e disse a Josefa:
– Aqui te trago a saúde, rapariga! Mal haja quem te meteu no corpo o feitiço! Tantos diabos o levem...
– Credo! Credo! – atalhou a benzedeira. – Vá vossemecê rezar sete salve-rainhas, e não fale no berzabum. Nada de chamar quem está quedo.