– Olha que isto é marosca, mana!...
– Marosca?
– Sim. Deixemo-nos de tretas... A criança é filha do mano Teotónio.
– Credo! Tu que dizes, mana Tibúrcia? O mano doutor não mandava atirar ao rio a criança...
– Isso sei eu; mas arranjava esta comédia com o caseiro. O Bragadas vem ensaiado por ele, e talvez pelo cónego.
– Eu sei! – duvidou a outra. – O mano Teotónio não precisava de estar com estas endróminas... E quem há-de ser a mãe?
– Faltam elas por aí...
– É necessário – disse o cónego Botelho – baptizar a criança amanhã, que não vá ela morrer, que é o mais natural. Madrinha há-de ser uma de vossas senhorias, minhas senhoras; padrinho há-de ser o senhor desembargador.
– Prontamente! – anuiu o doutor Teotónio.
– Vês? Não é ele o pai – disse D. Maria Filipa à irmã a meia voz.
– Será ele o cónego? – redarguiu D. Maria Tibúrcia.
– Não sejas má língua! – Olha quem! Coitado do homem...