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Capítulo 2: A vida amorosa de Moll Flanders

Página 113
Mas, como eu teimava em afirmar que não precisava de auxílio, rogava-me lhe prometesse que,' quando me encontrasse em dificuldades ou as previsse, lho diria francamente e recorreria a ele com a mesma liberdade com que me oferecia os seus préstimos, acrescentando que encontraria sempre um amigo, embora eu receasse, talvez, confiar nele.

Não omiti nada do que devia dizer uma pessoa infinitamente grata, para que soubesse que avaliava como merecia a sua generosidade. A partir daí mostrei-me menos reservado do que até então, embora nos mantivéssemos ambos nos limites da mais completa virtude. Mas, por muito francas que fossem as nossas conversas, nunca recorri à liberdade que ele desejava, ou seja, a dizer-lhe que precisava de dinheiro, ainda que, intimamente, muito me agradasse a sua oferta.

Passaram semanas sem que lhe solicitasse auxílio. Até que a minha hospedeira, criatura astuta que muitas vezes me incitara a fazê-lo, compreendeu que o meu acanhamento me não permitiria tal ousadia, inventou uma história e irrompeu pela sala onde nos encontrávamos juntos, dizendo:

- Oh, viúva, tenho más notícias para ti esta manhã!

- Que aconteceu? os barcos da Virgínia foram apresados pelos Franceses? - perguntei, pois era esse o meu receio.

- Não, não! Mas o homem que mandaste ontem a Brístol buscar dinheiro voltou e disse que não trouxe nada.

O estratagema não me agradou de maneira nenhuma, pois parecia-me uma instigação muito clara, o que por certo também não agradaria ao meu amigo, e percebi perfeitamente que não perderia nada se me mostrasse esquiva no pedir. Respondi, por isso, asperamente:

- Não compreendo como ele lhe disse tal coisa, pois garanto-lhe que me trouxe tudo quanto lhe pedi e que está aqui. - Tirei a bolsa, com cerca de doze guinéus, e acrescentei: - Por sinal, a maior parte será para si.

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Capa do livro A Vida Amorosa de Moll Flanders
Páginas: 359
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Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
A vida amorosa de Moll Flanders 7