- Estarei preparado para lhe responder na sua próxima visita.
- Não voltarei cá; o senhor tornou impossível que repetisse a minha visita.
- Como assim? - perguntou, surpreendido.
- Não pode esperar que o torne a visitar depois do que me disse.
- Prometa que virá, pois não falarei mais no assunto enquanto não obtiver o divórcio. Desejo até que nessa altura esteja mais bem disposta, visto ser a mulher que me interessa. De outro modo, não me divorciaria. Se outros motivos não tivesse, devia-o à inesperada gentileza com que me tratou, mas tenho outras razões.
Não podia ter dito nada que me agradasse mais. Contudo, sabia que a maneira de o apanhar era fingir-me desinteressada enquanto tudo fosse tão improvável como parecia e que teria tempo de o aceitar quando fizesse formalmente o pedido. Respondi-lhe, por isso, muito respeitosamente, que reflectiria no assunto quando ele se encontrasse em condições de falar no mesmo e que, entretanto, iria para muito longe e ele encontraria, com certeza, outras que lhe agradassem mais que eu. Despedimo-nos, não sem que antes teimasse em que o visitasse no dia seguinte, para saber a sua opinião acerca dos meus negócios, o que prometi após alguma insistência da sua parte. Se me conhecesse melhor, teria percebido que não era preciso insistir muito nesse sentido.
Voltei na tarde seguinte, como ficara combinado, e levei a minha cria- da comigo, para que visse que a tinha, mas mandei-a embora assim que entrei. Disse-me que a deixasse ficar, mas não aceitei e ordenei-lhe, em voz alta, que viesse buscar-me cerca das 9 horas. Foi a vez de ele dizer que não e de se prontificar a levar-me pessoalmente a casa, proposta que não foi muito do meu agrado por recear que tivesse a intenção de saber onde eu - Pode fazer-me as perguntas que quiser, mas essa já respondi.