Concluí desejando-lhe muitas felicidades no que quer que fosse que resolvesse, mas sem lhe dar uma opinião pessoal nem aludir ao seu pedido do meu regresso a Londres, dizendo-lhe apenas, vagamente, que tencionava voltar lá para o fim do ano. A carta era datada de Abril.
Caí à cama em meados de Maio e tive outro belo rapaz, ficando tão bem como era costume em tais ocasiões. A minha governanta desempenhou o seu papel de parteira com a maior perícia imaginável e muito melhor que qualquer das parteiras que tinham assistido aos meus partos anteriores.
Os cuidados que me dispensou durante o trabalho de parto e depois, enquanto permaneci de cama, foram tantos que a minha própria mãe não me trataria melhor. Mas que a competência desta mulher não sirva de encorajamento às práticas corruptas de ninguém, pois ela morreu sem deixar nada que valesse a pena.
Creio que estava de cama havia cerca de vinte e dois dias quando recebi outra carta do meu amigo do banco com a surpreendente notícia de que obtivera uma sentença definitiva de divórcio contra a mulher, que informara do sucedido em tal dia e que podia vencer todos os meus escrúpulos acerca da legalidade de se casar de novo de uma maneira que eu certamente não esperara e que ele não desejara. A mulher, a quem já antes do divórcio atormentavam remorsos pelo modo como o tratara, assim que soubera que ele ganhara a questão, matara-se.
Exprimia de maneira convincente a sua preocupação por tal tragédia, mas, ao mesmo tempo, ilibava-se de qualquer responsabilidade e afirmava que se limitara a fazer justiça a si próprio num caso em que fora notoriamente ofendido e injuriado. Confessava-se, no entanto, angustiadíssimo com o sucedido e jurava que a única satisfação que lhe restava neste mundo era a esperança de que eu regressasse e o apaziguasse com a minha companhia.
