Quando a rapariguinha se afastou, aproximei-me do lacaio e perguntei-lhe quem era a damazinha. Tagarelei um pouco com ele acerca da bonita criança que a acompanhava, da delicadeza e fidalguia de porte da mais velhinha, já tão feminil e séria, e o idiota não tardou a dizer-me o que eu queria: era a filha mais velha de Sir Thomas... , de Essex, e possuía uma grande fortuna; a mãe não viera ainda à cidade e encontrava-se com a es- posa de Sir William... , de Suffolk, na Suffolk Street; tinham uma criada e uma dama de companhia para olhar por elas, além da carruagem de Sir Thomas, do cocheiro e de si próprio, e a mais velhinha costumava tomar conta dos irmãos mais novos, tanto ali como em casa. Em resumo, indicou-me pormenores suficientes para o que eu tinha em mente.
Depois de deixar o lacaio, aguardei que a damazinha desse uma volta no Mall e, como estava muito bem vestida e levava, coino ela, o meu relógio de ouro, coloquei-me ao seu lado e cumprimentei-a pelo nome, tratando-a por Lady Betty. Em seguida perguntei-lhe quando tivera notícias do pai, como estava a senhora sua mãe e quando voltaria à cidade.
Em suma, falei-lhe com tanta familiaridade de toda a família que forçoso lhe foi suspeitar que os conhecia a todos intimamente. Perguntei-lhe por que não viera com ela Mrs. Chime (era o nome da dama de companhia), para tomar conta de Mrs. Judith, a irmãzinha, e depois falei-lhe muito desta, disse-lhe que a achava uma damazinha encantadora, perguntei-lhe se aprendera francês e mil e uma ninharias, para a entreter. De súbito, chegaram os guardas e a multidão correu para ver o rei passar a caminho do Parlamento.
Toda a gente correu para o lado da alameda e eu ajudei a minha da- mazinha a empoleirar-se na cerca, para ver melhor, e peguei na mais novinha, com o mesmo objectivo.
