- Explica-te, pois estou surpreendida e não te compreendo. Espero que não estejas a falar seriamente.
- Mas, senhora, o caso é simples e parece-me explicar-se por si mesmo: diz que não me aceita. Não é simples? Eu acho que é simples... e muito duro também.
- Mas falaste em condições que não podes conceder - prosseguiu a mãe. - Que pretende ela, um contrato? As suas arras devem ser conformes com o seu dote; que fortuna te levará a ela?
- Quanto a fortuna, minha mãe, acho-a suficientemente rica e estou satisfeito; o pior é que não consigo oferecer-lhe as condições que exige e, sem elas, não me aceitará.
- Mãe, é impossível falar seriamente com ele - comentou a segunda irmã. - Nunca dá uma resposta franca. É melhor deixá-lo em paz e não lhe falar mais no assunto. A mãe sabe como afastá-la do seu caminho, se for preciso.
Robin irritou-se com a rudeza da irmã, mas pagou-lhe na mesma moeda, embora com boas maneiras:
- Há duas espécies de pessoas com as quais não devemos discutir, minha senhora - declarou, voltando-se para a mãe. - As inteligentes e as estúpidas. Por pouca sorte minha, tenho de haver-me com as duas ao mesmo tempo!
- Devemos ser, de facto, estúpidas no conceito do nosso irmão se ele julga poder convencer-nos de que pediu a Mrs. Betty que o desposasse e ela recusou - sentenciou a irmã mais nova.
- Responde e não respondas, diz Salomão - replicou Robin. - Quando o vosso irmão diz à vossa mãe que pediu nada menos que cinco vezes a Mrs. Betty que casasse com ele, e pediu, e que ela se recusou positivamente a aceitá-lo, uma irmã mais nova não tem o direito de duvidar dessa afirmação se a mãe não duvida.
- Mas a nossa mãe não compreendeu, como já disse - lembrou a irmã do meio.
- Há certa diferença entre querer que eu explique e dizer que não acredita - replicou o jovem.