- Mas, meu filho, se estás disposto a desvendar-nos o mistério, diz-nos que difíceis condições são essas - pediu a velha senhora.
- Sim, minha mãe. Já o teria feito se estas irritantes criaturinhas não me tivessem interrompido. As condições são o consentimento do meu pai e da minha mãe, pois sem ele, assevera, não quererá mais ouvir falar no caso. Como disse, é-me impossível garantir-lhas. Espero que as minhas doces irmãs estejam satisfeitas e tenham a graça de corar um pouco, caso contrário, não tenho nada mais a dizer enquanto mais não ouvir.
A resposta surpreendeu-as a todas, embora à mãe menos que às filhas, pelo que já me ouvira. As meninas ficaram caladas durante muito tempo, mas a senhora confessou, comovida:
- Já ouvira tudo isso, mas não pudera acreditar. Se assim é, fomos to- dos muito injustos com a Betty e ela portou-se melhor do que eu ousaria esperar.
- Sim, se é verdade, ela portou-se muito bem - concordou a filha mais velha.
- Não a podemos culpar se o vosso irmão cometeu a tolice de se apaixonar por ela - continuou a mãe -, e o facto de lhe ter dado semelhante resposta demonstra mais respeito pelo vosso pai e por mim do que eu julgava possível. Estimá-la-ei mais por isso, enquanto a conhecer.
- Mas eu não, a não ser que os pais dêem o seu consentimento - declarou Robin.
- Reflectirei nisso - prometeu-lhe a mãe. - Garanto-te que, se não houvesse outras objecções, esta sua conduta era um grande passo para o meu consentimento.
- Quem dera que fossem os passos todos! - suspirou Robin. - Se lhe interessasse tanto tornar-me feliz como lhe interessa fazer-me rico, não tardaria a consentir.
- Mas, Robin, estás realmente apaixonado? - insistiu a mãe. - Ficarias tão feliz como dizes, se a tivesses?
- Francamente, mãe, parece impossível que ainda me faça semelhante pergunta depois de tudo o que lhe disse.
