Às objecções que levantei relacionadas com o nosso afecto e os seus anteriores compromissos respondeu-me demonstrando-me a necessidade que se impunha de mudarmos de procedimento; quanto às suas promessas de casamento, as circunstâncias, afirmou, tinham posto fim a essa perspectiva, pois eu seria provavelmente esposa do seu irmão antes da data a que as suas promessas se referiam.
Assim, com palavras, venceu todos os meus argumentos e comecei a ver o perigo em que me encontrava e que não considerara antes, isto é, que seria abandonada por ambos os irmãos e me veria só no mundo, obrigada a lutar pela vida.
Isto e a sua persuasão acabaram por levar-me a consentir, embora com tanta relutância que era fácil ver que iria para a igreja como se fosse para a forca. Tinha, ainda por cima, certas apreensões, receosa de que o meu novo esposo, pelo qual, diga-se de passagem, não nutria o mínimo afecto, fosse esperto e me fizesse determinadas perguntas acerca de um certo assunto, quando dormíssemos juntos pela primeira vez. Mas, não sei se propositadamente se por acaso, o irmão mais velho teve o cuidado de o embriagar antes de ele se deitar, de maneira que, na noite de núpcias, tive a satisfação de dormir com um ébrio. Não sei como o conseguiu, mas certamente pensou que, em tal estado, o irmão não saberia distinguir entre uma donzela e uma mulher casada. A verdade é que o meu marido nunca percebeu nem pensou nisso.
Mas devo voltar um pouco atrás, ao ponto em que terminou a nossa conversa. Depois de me convencer, o primogénito tratou de convencer a mãe, e não desistiu enquanto não a levou a aquiescer e a conservar-se passiva, avisando o marido apenas por meio de cartas. Consentiu, portanto, em que nos casássemos e ficou de haver-se depois com o esposo.