- Não se esqueça do que prometeu - disse então ele, insidiosamente.
- Sim! Sim! Bem sei! - Falava agora num tom subitamente alto, com uma voz gritada, estridente, quase que um guincho. - Está bem, Jill, vou já!
Surpreendido, ele largou-a. Quase a correr, ela subiu então rapidamente as escadas.
N a manhã seguinte, depois de ter dado as suas voltas e tratado dos animais, pensando para consigo que até se podia ali viver muito bem, disse para Banford enquanto tomavam o pequeno-almoço:
- Sabe uma coisa, Miss Banford?
- Diga lá! O que é? - respondeu Banford, com o seu ar nervoso e afável de sempre.
Ele olhou então para March, ocupada a pôr geleia no pão.
- Digo-lhe? - perguntou-lhe.
Ela olhou para ele, o rosto invadido por um intenso rubor róseo.
- Sim, se se está a referir a Jill - respondeu ela. - Só espero que não vá espalhar por toda a aldeia, nada mais. - E engoliu o pão seco com uma certa dificuldade.
- Bom, que irá sair daí? - disse Banford, erguendo os olhos vazios e cansados, ligeiramente vermelhos também. Era uma figurinha fina, frágil, com um cabelo curto, delicado e ralo, de tons desmaiados, já algo grisalho no seu castanho-claro, caindo-lhe suavemente sobre o rosto macilento.
- Pois que pensa que possa ser? - indagou ele, sorrindo como quem está de posse de um segredo.
- Como hei-de eu saber?! - exclamou Banford.
- Não pode adivinhar? - insistiu ele, de olhos brilhantes, um sorriso de profunda satisfação estampado no rosto.
- Não, creio bem que não. Mais, nem sequer me vou dar ao trabalho de tentar.
- Nellie e eu vamo-nos casar.
Banford soltou a faca, deixando-a cair dos dedos magros e delicados como quem não tivesse qualquer intenção de voltar a comer com ela em dias da sua vida. E ficou ali a olhar, perplexa, os olhos atónitos e avermelhados.