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Sonhou que Banford tinha morrido, e que ela, March, de coração despedaçado, chorava amargamente. Depois, tinha de pôr Banford num caixão. E o caixão não era mais do que a tosca caixa de madeira que tinham na cozinha, junto ao fogo, e da qual se serviam para guardar a lenha miúda. Este era o caixão, pois não havia mais nada que pudesse servir, pelo que March, perfeitamente desesperada, andava numa aflição doida à procura de qualquer coisa com que forrar a caixa, de qualquer coisa que a tornasse mais macia, de qualquer coisa com que pudesse também cobrir o pobre corpo morto da sua querida amiga. Pois não podia deixá-la ali deitada só com o seu roupão branco vestido, naquela horrível caixa de madeira. Assim, procurou e voltou a procurar, rebuscando tudo, pegando nisto e naquilo, examinando peça após peça para logo as pôr de lado, o coração apresso pela frustração de nada encontrar na agonia do seu sonho. E em todo o seu desespero subconsciente nada mais achou que pudesse servir, tão-só uma pele de raposo. Sabia que isso não estava certo, que não era próprio para o fim em vista, mas foi tudo o que pôde achar. E então dobrou a cauda do raposo, pousando nela a cabeça da sua querida Jill, e aproveitou a pele do mesmo para com ela cobrir a parte superior do corpo, de tal modo que este tinha o ar de jazer sob uma colcha escarlate, de um vermelho chamejante. À vista disso, desatou a chorar convulsivamente, em copioso pranto, para depois acordar e dar consigo banhada em lágrimas, escorrendo-lhe, ácidas, pelo rosto.
Pela manhã, a primeira coisa que ambas fizeram, tanto ela como Banford, foi saírem para ir ver o raposo. O rapaz colocara-o no barracão, pendurado pelas patas traseiras, a cauda inerte caída para trás.