em fogo, nervos, dobras, circunvoluções. Limitou-se tão-só a apertar-lhe ainda mais as mãos de encontro ao peito, quase sem dar por isso. Quando esta curiosa paixão começou, finalmente, a acalmar, pareceu então despertar para o mundo.
- Seria melhor irmos andando, não achas? - perguntou, como se só então desse conta do frio que estava.
Ela levantou-se sem dizer palavra.
- Beija-me antes de irmos para dentro, agora que disseste que sim - pediu ele.
E beijou-a suavemente na boca com um beijo tímido e rápido, um beijo de jovem assustado. E este fê-la também sentir-se mais jovem, deixando-a assustada e maravilhada ao mesmo tempo, algo cansada também, muito, muito cansada, quase como se se sentisse prestes a adormecer.
Foram então para dentro. E lá estava Banford na sala de estar, agachada junto ao fogo como se fosse uma bruxa, uma estranha bruxinha pequena e mirrada. Ao entrarem, ela olhou em volta com uns olhos avermelhados, mas não se levantou. E ele pensou que ela tinha um ar assustador, sobrenatural, para ali demoníaco, fez uma figa com os dedos.
Banford reparou no rosto corado e jubiloso do jovem, parecendo-lhe que ele estava estranhamente alto, com um ar luminoso, inebriado. E no rosto de March havia uma curiosa expressão, delicada, suave, quase como que um halo, diáfano e leve. Porém, ela desejava poder ocultá-lo, encobri-lo, não deixar que ninguém o visse.
- Até que enfim que chegaram - disse Banford com rudeza.
- Sim, já chegamos - respondeu ele.
- Por algum motivo se demoraram tanto - volveu ela.
- Sim, lá isso é verdade. Já ficou tudo combinado. Vamos casar o mais depressa possível- replicou ele.