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Capítulo 7: CAPÍTULO VII

Página 192

- O Bastos, o da Verdade! - insistia ele.

E vendo que Luísa parecia alheia ao nome, ao indivíduo:

- Ora não conhece outra coisa! - Ia descrever-lhe as feições, citar-lhe as obras...

Mas Luísa, impaciente, para findar:

- Ah, sim! Lembro-me agora. Perfeitamente... Bem sei!

- Pois é verdade, vou à casa dele. - Tomou um tom compenetrado: - Somos muito amigos, é muito bom rapaz; e tem um pequerrucho lindo!... - E apertando-lhe muito a mão: - Adeusinho, prima Luísa, que não posso perder um momento. Quer que a vá acompanhar?

- Não, é aqui perto.

- Adeus, recados ao Jorge!

- Ia a afastar-se, atarefado, mas voltando-se rapidamente, correu atrás dela.

- Ah! Esquecia-me dizer-lhe, sabe que lhe perdoei?

Luísa abriu muito os olhos.

- À condessa, à heroína! - exclamou Emestinho.

- Ah!

- Sim, o marido perdoa-lhe, obtém uma embaixada, e vão viver no estrangeiro. É mais natural...

- Decerto! - disse vagamente Luísa.

- E a peça acaba, dizendo o amante, o Conde de Monte Redondo: "E eu irei para a solidão morrer desta paixão funesta!" É de muito efeito! - Esteve um

momento a olhá-la, e bruscamente: - Adeus, prima Luísa, recadinhos ao Jorge!

E abalou.

Luísa entrou no Paraíso muito contrariada. Contou o encontro a Basílio. Ernestinho era tão tolo! Podia mais tarde falar naquilo, citar a hora, perguntarem-lhe quem era a amiga do Porto...

E tirando o véu, o chapéu:

- Não; realmente é imprudente vir assim tantas vezes. Era melhor não vir tanto. Pode-se saber...

Basílio encolheu os ombros, contrariado:

- Se queres não venhas.

Luísa olhou-o um momento, e curvando-se profundamente:

- Obrigada!

Ia a pôr o chapéu, mas ele veio prender-lhe as mãos; abraçou-a, murmurando:

- Pois tu falas em não vir! E eu, então? Eu que estou em Lisboa por tua causa.

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pág. 192 (Capítulo 7)

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 192

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411