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Capítulo 1: Os crimes da Rua Morgue

Página 31
As coincidências são em geral os pedregulhos onde tropeçam esses pensadores habituados a não dar importância ao cálculo de probabilidades, teoria a que o saber humano deve as suas mais gloriosas descobertas. No caso presente, se o ouro tivesse desaparecido, o facto de ter sido entregue três dias antes seria mais que uma coincidência. Seria uma confirmação da ideia de motivo. Mas nas circunstâncias reais em que nos achamos, supondo que foi o ouro o móbil do crime, temos também de supor que o criminoso era um imbecil hesitante, que abandonou ao mesmo tempo o ouro e o seu móbil.

»Fixa bem no espírito os pontos para os quais chamei a tua atenção: a voz estranha, a agilidade excepcional e a singular ausência de motivo num crime tão espantosamente atroz como este, e passemos à carnificina. Temos uma mulher estrangulada à mão e introduzida na chaminé de cabeça para baixo. Os assassinos vulgares não recorrem a métodos destes para matar.

. E muito menos ocultam desta forma os corpos das suas vítimas. Na maneira como o corpo foi enfiado na chaminé temos de admitir que há algo de excessivamente outré, algo de totalmente incompatível com as nossas noções gerais sobre as acções humanas, mesmo quando supomos que os autores são os mais depravados dos homens. Pensa também na prodigiosa força que teria sido precisa para enfiar o corpo numa abertura tão pequena, quando o vigor unido de várias pessoas se viu em apuros para o puxar para baixo!

»Mas vejamos ainda outros indícios de tão extraordinário vigor. No fogão encontraram-se madeixas espessas, muito espessas mesmo, de cabelos grisalhos. Estes tinham sido arrancados com as raízes. Ora sabes muito bem a força prodigiosa que é necessária para arrancar vinte ou trinta cabelos de uma vez.

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Capa do livro Os Crimes da Rua Morgue
Páginas: 42
Página atual: 31

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Os crimes da Rua Morgue 1