Ouviram vozes altas; viram o homem forte saltar; e a imagem ficou de repente confusa.
A seguir estavam num elevador rumo ao céu.
- Para que andar, fazem favor? - pergunta o homem do elevador.
- Qualquer andar - disse o senhor «Entrada».
- Para o último andar - disse o senhor «Saída».
- Este é o último andar - disse o homem do elevador.
- Manda pôr mais um andar - disse o senhor «Saída».
- Mais alto - disse o senhor «Entrada».
- No céu - disse o senhor «Saída».
XI
Num quarto de um pequeno hotel próximo da Sexta Avenida, Gordon Sterrett acordou com uma dor na nuca e palpitações angustiantes em todas as veias. Olhou para as sombras cinzentas-escuras aos cantos do quarto e para um buraco numa grande cadeira de couro, no sítio onde fora mais usada. Viu roupas espalhadas, roupas amarrotadas pelo chão e sentiu o cheiro de fumo de cigarros bafientos e de álcool retardado. As janelas estavam bem fechadas. Lá fora o sol brilhante lançara um raio empoeirado para cá do parapeito - um raio interrompido pela cabeceira da grande cama de madeira em que dormira. Ficou deitado, muito quieto - como que em coma, drogado, com os olhos abertos e o cérebro estalando como uma máquina sem óleo.
Deve ter sido uns trinta segundos depois de se ter apercebido do raio de sol empoeirado e do rasgão na grande cadeira de couro, que teve a sensação de vida ao seu lado, e foi após mais trinta segundos que compreendeu que estava irrevogavelmente casado com Jewel Hudson.
Passada meia hora saiu e comprou um revólver numa loja de artigos de desporto. Depois, tomou um táxi para o quarto onde vivera, na parte leste da Rua 27 e, inclinando-se sobre a mesa onde tinha o seu material de desenho, disparou um tiro na cabeça, mesmo por trás da têmpora.