A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 77 / 182

Regressou à América em 1868, tendo estado ausente um pouco mais de dois anos. Visitara as capitais de vinte e dois países, e falara com cinco Imperadores, onze reis, três príncipes, um xá, um khan e um sultão. Por essa época, Fitz-Norman calculava a sua fortuna em um bilião de dólares. Um facto contribuía fortemente para que o seu segredo não fosse descoberto. Nenhum dos seus diamantes maiores foi exposto ao público durante uma semana sem que primeiro lhe tivessem sido atribuídas fatalidades, amores, revoluções e guerras, desde os tempos do primeiro império da Babilónia.

Desde 1870 até à sua morte, em 1900, a história de Fitz-Norman Washington foi um longo poema épico escrito a ouro. Houve, evidentemente, problemas secundários: escapou aos levantamentos topográficos, casou com uma senhora de Virgínia de quem teve um único filho, e foi obrigado, devido a uma série de complicações infelizes, a assassinar o irmão, cujo hábito indesejável de beber até cair num torpor indiscreto pusera por diversas vezes em perigo a sua segurança. Mas muito poucos outros assassinatos mancharam estes felizes anos de progresso e desenvolvimento.

Mesmo antes de morrer mudou de política e com quase todos os milhões de dólares da sua fortuna exterior comprou minerais raros em grandes quantidades, que depositou em cofres de segurança dos Bancos por todo o mundo, com a indicação de bricabraque. Seu filho, Braddock Tarleton Washington, seguiu esta política ainda em maior escala. Os minerais eram convertidos no mais raro dos elementos - rádio - de maneira que o equivalente a um bilião de dólares de ouro podia ser guardado num receptáculo não maior do que uma caixa de charutos.

Quando passaram três anos sobre a morte de Fitz-Norman, seu filho, Braddock, decidiu que o negócio já tinha ido suficientemente longe.





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