A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 81 / 182

- Passas aqui muito tempo? - perguntou John para esconder que tinha ficado um tanto magoado com esta observação. Parecia uma alusão descortês ao seu provincianismo.

- O Percy, a Jasmine e eu estamos aqui todos os Verões, mas no próximo Verão a Jasmine vai para Newport. Do próximo Outono a um ano vai para Londres. Vai ser apresentada na corte.

- Sabes - começou John hesitante - que és muito mais sofisticada do que eu imaginei quando te vi?

- Oh, não, não sou - exclamou ela precipitadamente. - Nem me passa pela cabeça ser. Acho que os jovens sofisticados são horrivelmente banais, não achas? Eu realmente não sou, de todo. Se disseres que sou ponho-me a chorar.

Estava tão desolada que os lábios tremiam-lhe. John teve de protestar:

- Não queria dizer isso; estava só a entrar contigo.

- Porque não me importava, se fosse - teimou ela, - mas não sou. Sou muito ingénua e pueril. Nunca fumo, nem bebo, nem leio senão poesia. Pouco sei de matemática e de química. Visto-me com muita simplicidade - na verdade mal me visto. Acho que sofisticada é a última coisa que podes dizer a meu respeito. Sou de opinião que as raparigas devem gozar a sua mocidade de uma maneira saudável.

- Eu também - disse John com convicção. Kismine estava de novo alegre. Sorriu-lhe e uma lágrima frustrada caiu do canto do olho azul.

- Gosto de ti - sussurrou ela familiarmente.

- Vais passar todo o tempo com o Percy enquanto cá estiveres, ou vais ser gentil comigo? Pensa só: sou absolutamente terra virgem. Em toda a minha vida nunca tive um rapaz apaixonado por mim. Nunca me deixaram sequer ver rapazes sozinha, excepto Percy. Vim para aqui para este bosque na esperança de te encontrar sem a família ao pé.

Profundamente lisonjeado, John curvou-se a partir das ancas, tal como lhe tinham ensinado na escola de dança de Hades.





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