Mr. Braddock Washington intimidava-o.
- Todos estes negros são descendentes dos que o meu pai trouxe do norte. Agora são cerca de duzentos e cinquenta. Não sei se reparou que, como estão há tanto tempo afastados do mundo, o dialecto que falam tornou-se quase um patois incompreensível. Ensinamos alguns a falar inglês: a minha secretária e dois ou três empregados domésticos.
- Este é o campo de golfe - continuou enquanto passeavam pela aveludada relva de inverno. - É tudo relvado, está a ver? Não existem caminhos, nem acidentes, nem perigos.
Sorriu para John simpaticamente.
- Há muitos homens presos, pai? - perguntou Percy subitamente.
Braddock Washington vacilou e deixou cair, sem querer, uma praga.
- Menos um do que devia haver - proferiu sombriamente; e passado um instante acrescentou: - Temos tido problemas.
- A mãe contou-me - exclamou Percy. - Aquele professor italiano.
- Foi um erro tremendo - disse Braddock Washington irritado. - Mas claro que há esperanças de o apanharmos. Talvez tenha caído na floresta ou tropeçado nalgum rochedo. E há sempre probabilidade de não acreditarem na história dele, se é que fugiu. Em todo o caso, tenho tido duas dúzias de homens a procurá-lo em diferentes cidades das redondezas.
- E ainda não tiveram sorte?
- Alguma. Catorze deles disseram ao meu agente que cada um matara um homem que correspondia à descrição, mas pode ser que só tivessem em vista a recompensa.
Calou-se. Tinham chegado a uma grande cavidade na terra com a circunferência de um carrocel e coberta por uma forte grade de ferro. Braddock Washington fez sinal a John e apontou com a bengala e espreitou. Imediatamente os seus ouvidos foram assaltados por um clamor selvagem vindo de baixo.