- Desce cá para o inferno!
- Olá, puto, como está o ar aí em cima?
- Eh, atira-nos uma corda!
- Tens para aí um bolinho duro, pá, ou umas sanduíches em segunda mão?
- Olha, pá, se empurrares cá para baixo esse tipo que está contigo, mostramos-te como se faz desaparecer uma pessoa.
- Dá-lhe um murro por mim, está bem?
Estava escuro demais para ver bem o poço, mas John podia adivinhar, pelo optimismo grosseiro e pela vitalidade desabrida das exclamações, que se tratava de americanos da classe média do tipo mais audacioso. Então Mr. Washington estendeu a bengala e tocou num botão na relva e o espectáculo lá em baixo ficou à vista.
- Estes são alguns aviadores aventureiros que tiveram a infelicidade de descobrir o EI Dorado - observou.
Por baixo deles tinha aparecido um grande buraco na terra com a forma do interior de uma taça. Os lados eram íngremes e aparentemente de vidro polido e, na sua superfície ligeiramente côncava, estavam cerca de doze homens vestidos com meios fatos, meios uniformes, de aviadores. Os seus rostos voltados para cima, iluminados de raiva, de rancor, de desespero, de um humor cínico, estavam cobertos por longos tufos de barba mas, com a excepção de alguns que se viam estarem definhados, pareciam bem alimentados e saudáveis.
Braddock Washington puxou uma cadeira de jardim para a borda do poço e sentou-se.
- Olá, rapazes, como estão vocês? - perguntou jovial.
Um coro de imprecações em que todos se juntaram, excepto uns poucos que estavam desalentados demais para gritarem, elevou-se para o ar cheio de sol, mas Braddock Washington escutou-o com uma calma imperturbável. Quando o último eco desapareceu, voltou a falar.
- Já pensaram numa maneira de sair deste problema?
De entre eles, daqui e dali, subiu uma observação.