- Põe-nos aí em cima e logo arranjamos maneira!
Braddock Washington esperou até que estivessem de novo calados. Depois disse:
- Já vos expliquei a situação. Não vos quero aqui. Quem me dera nunca vos ter posto a vista em cima. Foi a vossa própria curiosidade que vos meteu aí, e quando pensarem numa maneira de sair, que me proteja e aos meus interesses, terei muito prazer em a considerar. Mas enquanto concentrarem os vossos esforços a cavar túneis... sim, já sei do novo que começaram ... não ireis muito longe. Isto não é tão mau para vocês como dizem, com toda a vossa gritaria pelos entes queridos que ficaram nas vossas casas. Se vocês fossem do género de se preocuparem com os que ficaram em casa, nunca se teriam dedicado à aviação.
Um homem alto destacou-se dos outros e estendeu a mão para cima, chamando a atenção do seu captor para o que queria dizer.
- Deixe-me fazer-lhe umas perguntas! - gritou.
- Pretende ser um homem justo?
- Que absurdo! Como poderia um homem da minha posição ser justo para convosco? É o mesmo que dizer que um espanhol é justo para com um pedaço de bife.
A esta áspera observação os rostos das duas dúzias de bifes voltaram-se para baixo, mas o homem alto continuou:
- Está bem! - gritou. - Já discutimos isso antes. Você não é humanitário, nem justo, mas é humano, pelo menos diz que é, e devia ser capaz de se pôr no nosso lugar o tempo suficiente para pensar como, como, como...
- Como quê? - perguntou Washington com frieza.
- Como é desnecessário...
- Não para mim.
- Bom. Como é cruel.
- Já vimos isso. A crueldade não existe quando está envolvida a autodefesa. Vocês já foram soldados, sabem isso; tentem outro argumento.
- Bom, então, como é estúpido.