Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI

Página 38
Havia apenas os lados brancos e seguros do seu berço, Nana e um homem que o visitava de vez em quando e uma grande bola cor de laranja para a qual Nana apontava pouco antes da sua crepuscular hora de dormir e a que chamava «Sol». Quando o Sol se punha os olhos dele ficavam ensonados: não havia sonhos, não havia sonhos que o assombrassem.

O passado - a carga violenta à frente dos seus homens pela San Juan Hill acima; nos primeiros anos do seu casamento trabalhava até tarde, pela penumbra estival, na movimentada cidade para a jovem Hildegarde a quem amava; os dias anteriores a isso em que se sentava a fumar com o avô, pela noite dentro, na velha casa sombria dos Button na Monroe Street -, tudo isso se desvanecera como sonhos irreais, como se nunca tivesse existido.

Não se lembrava. Não se lembrava com clareza se o leite estava morno ou frio da última vez que comera nem de como os dias passavam - havia apenas o seu berço e a presença familiar de Nana. E depois esqueceu-se de tudo. Quando tinha fome gritava - mais nada. Durante as tardes e as noites respirava e havia sobre ele suaves resmungos e murmúrios que mal ouvia, odores levemente diferenciados, luz e escuridão.

Depois escureceu tudo e o seu berço branco, e os rostos obscuros que pairavam sobre ele, e o aroma morno e doce do leite desvaneceram-se por completo da sua mente.

FIM

<< Página Anterior

pág. 38 (Capítulo 11)

Sinopse >>

Capa do livro O Estranho Caso de Benjamin Button
Páginas: 38
Página atual: 38

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 7
III 10
IV 15
V 18
VI 22
VII 24
VIII 27
IX 30
X 33
XI 36