Conduziu-os cerimoniosamente de grupo em grupo:
- A senhora Buchanan... e o senhor Buchanan... - Após um instante de hesitação, acrescentou: - O jogador de pólo.
- Oh, não - objectou Tom vivamente -, eu não!
Mas era evidente que a designação agradara a Gatsby, pois Tom ficou a ser «o jogador de pólo» para o resto da noite.
- Nunca encontrei tantas celebridades! - exclamou Daisy. - Gostei muito daquele sujeito... como se chamava ele?... com um nariz a modos que azul.
Gatsby identificou-o, acrescentando que era um pequeno produtor.
- O que ele é não me interessa, só sei que gostei dele.
- Cá por mim, agradava-me mais não ser o jogador de pólo - disse Tom prazenteiramente. Preferia ficar a olhar para toda esta gente famosa no anonimato.
Daisy dançou com Gatsby. Lembro-me de ter ficado surpreendido com a graciosidade e o rigor com que ele executou o Fox-trot - nunca o tinha visto dançar. A seguir foram andando até minha casa e sentaram-se nos degraus, durante meia hora, enquanto eu, a pedido dela, fiquei de sentinela no jardim.
- Para o caso de haver um incêndio ou um dilúvio - explicou ela -, ou qualquer outra manifestação da vontade divina!
Já nós estávamos sentados para cear, quando Tom saiu do seu «anonimato».
- Importam-se de que eu me sente além a comer com aquela gente? - perguntou. - Está lá um tipo a contar umas coisas curiosas.
- Prá frente! - respondeu Daisy cordialmente. - E se quiseres tomar nota de alguns endereços, aqui tens a minha lapiseirinha de ouro!...
Passado um instante, olhou à sua volta e disse-me que a rapariga era «vulgar mas bonita», e só então percebi que, a não ser a meia hora que passara a sós com Gatsby, não se estava a divertir nada.
Quanto a nós, por minha culpa, ficámos numa mesa de gente particularmente embriagada.