O Grande Gatsby - Cap. 7: Capítulo VII Pág. 120 / 173

o acelerador, com o duplo propósito de alcançar Daisy e deixar Wilson rapidamente para trás; acelerámos a caminho de Astoria, a cinquenta milhas à hora, até que, por entre as araneiformes vigas mestras da ferrovia aérea, avistámos o coupé azul, em calmo andamento.

- Aqueles cinemas à volta da Fiftieth Street são frescos -lembrou Jordan. - Gosto de Nova Iorque é nas tardes de Verão, quando toda a gente está fora. Há qualquer coisa de sensual nesta atmosfera... de bem maduro, corno se toda a espécie de frutos estranhos nos fosse cair nas mãos.

A palavra «sensual» teve como efeito desinquietar ainda mais Tom, mas antes que pudesse inventar um protesto, o coupé parou e Daisy fez-nos sinal para pararmos ao lado deles.

- Onde vamos? - perguntou.

- Que tal, se fôssemos ao cinema?

- Está tanto calor! - queixou-se. - Mas vão vocês. Nós vamos dar uma volta por aí e depois encontramo-nos todos. - Fez um esforço para ter graça. - Encontramo-nos aí numa esquina qualquer. Eu serei o homem que fuma dois cigarros.

- Não podemos ficar aqui a debater o assunto - disse Tom com impaciência, quando um camião protestou, atrás de nós, com uma buzinadela. -:Sigam-me até ao lado sul do Central Park, em frente do Plaza.

Por diversas vezes virou a cabeça para trás, à procura deles, e, se se atrasavam com o trânsito, ele abrandava a marcha até tornar a avistá-los. Parecia temer que eles virassem repentinamente para uma rua lateral e para sempre desaparecessem da sua vida.

Mas não foi isso que eles fizeram. E todos nós tomámos a ainda menos explicável resolução de alugar a sala de uma suite no Plaza Hotel.

O prolongado e tumultuoso debate, que acabou por nos encurralar naquela sala, varreu-se-me, embora mantenha





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