- Qual?
- Essa coisa do «meu velho». Onde é que a foi arranjar?
- Ouve só isto, Tom! - disse Daisy, voltando-se do espelho -, se vais começar a implicar com as pessoas, não fico aqui nem mais um minuto. Telefona a pedir que tragam gelo para o mint julep.
Quando Tom levantou o auscultador, o calor comprimido explodiu em som e ouvimos os portentosos acordes da Marcha Nupcial, de Mendelssohn, que vinham lá de baixo, da sala de baile.
- A casarem-se com um calor destes, imaginem só! - exclamou Jordan, desanimada.
- E no entanto... eu casei em meados de Junho - lembrou Daisy. - Louisville em Junho! Houve alguém que até desmaiou. Quem foi, Tom?
- O Biloxi - respondeu ele, laconicamente.
- Um homem chamado Biloxi. Biloxi, o Cepo, que fazia caixas, não é brincadeira, e que era de Biloxi, no Tennessee.
- Levaram-no para minha casa - acrescentou Jordan -, porque morávamos quase ao lado da igreja. Ficou lá três semanas, até que o papá lhe disse que ele tinha de se ir embora. Ele foi, e no dia seguinte o papá morreu. - Passado um instante, acrescentou: - Mas não houve ligação nenhuma entre os factos!
- Conheci em tempos um Bill Biloxi, de Memphis - observei.
- Era primo dele. Antes de ser ir embora, contou-me a história de família toda. Deu-me um putter de alumínio que ainda hoje tenho a uso.
A música extinguira-se, começava a cerimónia, e pelas janelas já subia uma prolongada aclamação, seguida de brados intermitentes de «Eia-a-a!» e, finalmente, de uma explosão de jazz, a abrir o baile.
- Estamos a ficar velhos! - disse Daisy. - Se fôssemos novos, levantávamo-nos imediatamente e íamos dançar.
- Lembra-te do Biloxi! – advertiu Jordan. - Onde é que você o conheceu, Tom?
- O Biloxi? - Fez um esforço para se concentrar.