- Eu não o conhecia. Era amigo da Daisy.
- Não era nada! - negou ela. - Nunca o tinha visto. Ele veio na tua carruagem particular.
- Mas ele disse que te conhecia! Disse que tinha sido criado em Louisville. O Asa Bird é que o trouxe no último minuto e perguntou se ainda havia lugar para ele.
Jordan sorriu:
- Se calhar, queria boleia até casa. A mim, disse-me que tinha sido presidente da vossa turma, em Yale.
Tom e eu olhámo-nos inexpressivamente.
- O Biloxi?
- Em primeiro lugar, nunca tivemos presidente...
Gatsby começou a bater um compasso breve e impaciente com o pé e Tom fitou-o de repente:
- A propósito, senhor Gatsby, oiço dizer que o senhor se formou em Oxford.
- Não é exactamente assim.
- Oh, sim, o que oiço dizer é que estudou em Oxford.
- Sim... Passei por lá.
Pausa. A seguir, a voz de Tom fez-se ouvir incrédula e insultuosa:
- Deve ter passado por lá mais ou menos na mesma altura em que o Biloxi passou por New Haven.
Outra pausa. Um criado bateu à porta e entrou, trazendo hortelã e gelo moídos, mas o silêncio permaneceu inquebrável, mesmo com o seu «obrigado» e o suave fechar da porta. Era chegada altura de esclarecer de uma vez por todas este pormenor espantoso.
- Já lhe disse que passei por lá.
- Ouvi-o perfeitamente, mas gostava de saber quando.
- Em mil novecentos e dezanove, e só lá estive cinco meses. Por isso é que, em rigor, não posso dizer que tenha estudado em Oxford.
Tom olhou de relance à sua volta para ver se partilhávamos da sua descrença, mas estávamos todos a olhar para Gatsby.
- Foi uma oportunidade que ofereceram a alguns oficiais, depois do armistício - continuou. - A de podermos frequentar uma universidade qualquer de Inglaterra ou França.
Apeteceu-me levantar e felicitá-lo com uma palmada nas costas.