- Vá, bate-me! - gritava ela. - Atira-me ao chão e bate-me, anda, seu cobardolas nojento!
Um instante depois, saiu a correr para o lusco-fusco, a gesticular e a gritar - e antes que ele conseguisse descolar da sua porta, já o caso estava arrumado.
O «carro da morte», como lhe chamaram depois os jornais, não parou; surgiu da escuridão que aumentava, descreveu tragicamente alguns 5S e desapareceu na curva seguinte. Michaelis nem sequer estava certo da cor dele disse ao primeiro polícia que apareceu que era verde-claro. O outro carro, que ia em direcção a Nova Iorque e, portanto, em sentido contrário, veio a parar cem jardas mais à frente e o motorista voltou a correr, para trás, onde Myrtle Wilson, violentamente arrancada à vida, ficara de bruços na estrada, misturando o sangue escuro e espesso com o pó.
Este homem e Michaelis foram os primeiros a chegar ao pé dela, mas quando lhe arrancaram a blusa ainda húmida de suor, viram que tinha o seio esquerdo truncado, pendente como um naco de carne, e que já nem valia a pena escutar-lhe as pulsações por debaixo dele. A boca toda aberta e levemente rasgada aos cantos, como se ao abandonar a tremenda vitalidade que por tanto, tempo armazenara tivesse estado a ponto de sufocar.