O Grande Gatsby - Cap. 7: Capítulo VII Pág. 136 / 173

Sentia-me um pouco indisposto e preferia estar só. Mas Jordan insistiu.

- São só nove e meia - disse ela.

Amaldiçoado fosse eu se ali entrasse; farto de os aturar o dia inteiro estava eu, incluindo a própria Jordan que, percebendo-o, talvez, pela minha cara, se afastou abruptamente, correu escada acima e entrou em casa. Fiquei sentado alguns minutos com a cabeça entre as mãos, até que ouvi alguém, lá dentro, levantar o auscultador do telefone e a voz do mordomo a pedir um táxi. Então desci calmamente a álea, na intenção de esperar pelo táxi ao portão.

Não tinha eu andado mais de vinte jardas, quando ouvi pronunciar o meu nome e Gatsby me apareceu do meio de dois arbustos. Devia estar a sentir-me bastante esquisito nessa altura, porque não consegui pensar senão na luminosidade do seu fato cor-de-rosa, ao luar.

- Que faz aqui? - indaguei.

- Estou aqui à espera, meu velho.

De qualquer modo, era uma ocupação que me parecia vil. Não me espantava nada que, de um momento para o outro, ele assaltasse a casa; até já via caras sinistras, as da «súcia do Wolfshiem», a espreitar por detrás dele, escondidas nos negros arbustos.

- Notou alguma agitação na estrada? - perguntou, passado um minuto.

- Sim.

Ele hesitou.

- Ela morreu?

- Sim.

- Bem me parecia; foi o que eu disse à Daisy. Foi melhor que o choque viesse todo de Uma vez. Ela aguentou-se bastante bem.

Falava como se a reacção de Daisy fosse a única coisa que lhe importava.

- Voltei para West Egg por uma estrada secundária prosseguiu - e deixei o carro na minha garagem. Penso que ninguém nos viu, mas, é claro, nunca se sabe.

Senti, nesta altura, uma tamanha aversão 'por ele que achei desnecessário dizer-lhe que estava enganado.

- Quem era aquela mulher? - perguntou.





Os capítulos deste livro