- Tens razão, vou já! - concordou logo Wilson que se precipitou em direcção ao pequeno escritório, confundindo-se imediatamente com a cor de cimento das paredes. A poeira da cinza branca cobria-lhe o fato escuro e o cabelo claro, como cobria tudo na vizinhança - excepto a sua mulher, que se aproximou de Tom.
- Apetece-me estar contigo - disse Tom decididamente. - Apanha o próximo comboio.
- Está bem.
- Encontramo-nos ao pé da bancada dos jornais, no piso de baixo.
Ela assentiu e afastou-se dele no preciso momento em que George Wilson apareceu com duas cadeiras à porta do seu escritório.
Esperámos por ela ao fundo da estrada e sem sermos vistos. Faltava pouco para o 4 de Julho e uma criança italiana, cor de cinza e escanzelada, dispunha torpedos em fila ao longo dos carris da via-férrea.
- Que sítio horrível, este, não acha? - manifestou-se Tom, trocando um olhar carrancudo com o doutor Eckleburg,
- Medonho.
- Faz-lhe bem sair daqui por um bocado.
- E o marido dela não se opõe?
- O Wilson? Julga que ela vai ver a irmã, que vive em - Nova Iorque. É tão estúpido que nem sabe que está vivo.
Assim, Tom Buchanan, a namorada e eu, fomos juntos para Nova Iorque - aliás, não fomos propriamente juntos, pois a senhora Wilson foi discretamente noutra carruagem. Tom evitava a este ponto ferir as susceptibilidades daqueles moradores de East Egg que, por acaso, viajassem no mesmo comboio.
Ela tinha mudado de roupa e posto um vestido de musselina castanho estampado, que lhe ficou bem justo nas ancas algo largas, quando Tom a ajudou a descer para a plataforma em Nova Iorque. Na bancada dos jornais comprou ela um número de Town Tattle e uma revista de cinema e no drugstore da estação um creme amaciador da pele e um frasquinho de perfume.