- Já ouvi falar nele.
- É uma das universidades mais famosas do mundo.
- O senhor conhece o Gatsby há muito tempo? - perguntei.
- Há vários anos - respondeu ele, com agrado. - Tive o prazer de o conhecer logo a seguir à guerra. Mas ao fim de uma hora de conversa com ele, percebi logo que tinha encontrado, finalmente, uma pessoa de esmerada educação, e disse cá para comigo: «Aqui está o tipo de pessoa que não te importavas de levar a tua casa nem de apresentar à tua mãe e à tua irmã.» - Fez uma pausa. -,Vejo que está a olhar para os meus botões de punho.
Por acaso não estava a olhar para eles, mas passei a fazê-lo. Compunham-se de pedaços de marfim estranhamente familiares.
- Os mais belos espécimes de molares humanos! - informou-me ele.
- Homessa! - pus-me a examiná-los. - Que ideia tão original!
- Sem dúvida! - puxou os punhos da camisa para dentro das mangas do casaco. - Pois o Gatsby é muito cuidadoso em matéria de mulheres. Jamais ousaria olhar que fosse para a mulher de um amigo.
Quando o objecto desta confiança instintiva voltou a sentar-se à mesa, o senhor Wolfshiem bebeu o café de um , trago e pôs-se em pé.
- Gostei muito do almoço - disse ele -, mas agora vou deixar os dois jovens, que vocês são, à vontade, antes que a minha presença se torne inoportuna.
- Não tenha pressa, Meyer - disse Gatsby, sem entusiasmo. O senhor Wolfshiem levantou a mão num gesto de abençoar e declarou com solenidade:
- Agradeço a sua amabilidade, mas a verdade é que eu pertenço a outra geração. Deixem-se ficar aqui sentados a falar dos vossos desportos, das vossas namoradas e dos vossos...
Supriu um substantivo imaginário como outro gesto de mão.
- É que, pelo que me diz respeito, já tenho 50 anos de idade e acho que não devo impor-lhes por mais tempo a minha companhia.