O Grande Gatsby - Cap. 4: Capítulo IV Pág. 73 / 173

- O senhor Gatbsy, o senhor Buchanan... Apertaram-se brevemente as mãos e uma expressão constrangida, nada familiar, de embaraço sobreveio ao rosto de Gatsby.

- Mas, afinal, como tem passado? - insistiu Tom em saber.

- Como é que veio almoçar tão longe?

- Estive a almoçar como o senhor Gatsby.

Ao voltar-me para o senhor Gatsby, já ele tinha desaparecido.

Num dia de Outubro de 1917... (disse Jordan Baker nessa mesma tarde, sentada, muito hirta, numa cadeira de espaldar direito do jardim-esplanada do Plaza Hotel)... andava eu a correr de casa em casa, com um pé no passeio e o outro nos relvados. Sentia-me melhor nos relvados, porque tinha calçado uns sapatos ingleses com saliências de borracha nas solas, que se enterravam na terra mole. Vestia também uma saia escocesa nova, que se enfunava ligeiramente ao vento e, sempre que isto acontecia, as bandeiras vermelhas; azuis e brancas, em frente das casas, punham-se todas tesas e emitiam um «tut-tut-tut-tut», em tom de desaprovação.

A bandeira maior e o relvado mais vasto pertenciam à casa da Daisy Fay. Ela tinha exactamente dezoito anos, era dois anos mais velha do que eu e, de longe, a mais requestada de todas as raparigas de Louisville. Vestia-se de branco e tinha um pequeno roadster branco e todo o santo dia o telefone tocava lá em casa - eram os jovens oficiais de. Camp Taylor, muito excitados, a rogarem o privilégio de a monopolizarem por aquela noite. «Nem que seja só por uma hora!»

Quando, nessa manhã, cheguei em frente da casa dela, o roadster branco estava parado ao lado do passeio e ela sentada lá dentro, acompanhada de um tenente que eu nunca tinha visto. Estavam tão concentrados um no outro, que ela não me viu senão quando eu já estava a cinco pés deles.





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