— É isso mesmo! Se já casou, um dia, com o imperador da China, nesse caso vai portanto compreender-me maravilhosamente. Ouça então... Mas desculpe: não sei ainda o seu nome.
— Finalmente! Só agora se lembrou disso!
— Ah, meu Deus! A verdade é que isso não me ocorreu até agora; não me pareceu indispensável...
— Chamo-me Nastenka.
— Nastenka... nada mais?
— Nada mais. Não lhe é suficiente? O senhor é difícil de contentar!
— Se me é suficiente? Pelo contrário, chega-me perfeitamente, perfeitamente, Nastenka! A menina é uma bela rapariga e agradeço-lhe que, para mim, consinta em ser simplesmente Nastenka!
— Na verdade? E então?
— Então, Nastenka, escute e veja como é ridícula a minha história.
Sentei-me junto dela, assumindo uma pose de uma seriedade estudada e comecei, como se estivesse a ler um livro:
— Existem, não sei se o sabe, Nastenka, existem em Sampetersburgo lugares muito insólitos. Nesses sítios, dir-se-ia que não penetra o mesmo sol que brilha para os outros habitantes da cidade: o sol que ali entra parece ser outro, um novo sol, feito de encomenda para os tais lugares.