«'— Então', disse ele, 'a menina não se aborrece todo o dia metida em casa com a sua avó?'
«A esta pergunta, não sei bem porquê, corei, tive vergonha, e novamente me senti humilhado, sem dúvida porque as pessoas já se permitiam fazer-me perguntas a este respeito. Tive vontade de não responder e de fugir, mas nem tive forças para tal.
«'— Ouça', disse-me ele, 'a menina é boa rapariga. Desculpe se lhe digo isto, mas pode estar certa, desejo o seu bem, mais do que a sua avó. Não tem amigas a quem possa ir visitar?'
«Disse-lhe que não, que tivera uma, Machenkà, mas que partira para Pskov.
«'— Escute', disse ele, 'quer vir comigo ao teatro?'
«'— Ao teatro? E então a avó?'
«'— Pois bem, sem a avó saber...'
«'— Não', disse eu, 'não quero enganar 2 avó. Adeus!'
«'— Então, adeus', disse ele, e não acrescentou mais nada.
«Somente depois do jantar veio a nossa casa. Sentou-se, falou durante muito tempo com a avó, perguntou se ela safa algumas vezes, se tinha pessoas amigas e, inesperadamente:
r— A propósito, hoje comprei um camarote para a Ópera; levam O Barbeiro de Sevilha; tinha combinado ir com uns amigos, mas depois mudaram de ideias; por isso, o bilhete ficou sem préstimo.'