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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 47

Em suma, o meu coração transbordava.

— Escute, Nastenka!—exclamei.—Sabe o que me sucedeu durante todo o dia?

— Diga lá: que foi? O quê, diga! Conte depressa! Que foi que me ocultou até agora?

— Primeiramente, após ter cumprido todas as suas incumbências, de ter entregue a carta em casa dos seus amigos, depois disso... depois disso, voltei ao meu quarto e deitei-me.

— É tudo?—interrompeu ela com uma gargalhada.

— Sim, quase tudo—respondi, com o coração apertado, pois aos meus olhos afluíam já lágrimas tolas. —Despertei uma hora antes do nosso encontro, mas foi como se não tivesse dormido. Não sei o que se passou comigo. Vinha a caminho para lhe contar tudo isto, dir-se-ia que o tempo se detivera para mim, que uma única sensação, um só sentimento, iria desde esse momento perdurar em mim perpetuamente, que um único minuto se iria prolongar por toda uma eternidade, em suma, que toda a vida fora suspensa para mim... Ao despertar, pareceu-me que um certo tema musical que conheço desde há muito tempo, ouvido outrora em qualquer parte, esquecido e agradável, me vinha à memória. Parecia-me que toda a vida se exalara da minha alma e que apenas agora...

— Meu Deus! Meu Deus!—interrompeu Nastenka—, como pode isso ser? Não compreendo nem uma palavra.

— Ah, Nastenka! Eu gostaria de lhe comunicar de maneira satisfatório esta estranha impressão...—comecei eu com uma voz lastimosa, onde se ocultava ainda uma esperança, ainda que longínqua.

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Capa do livro Noites Brancas
Páginas: 67
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 14
Capítulo 3 44
Capítulo 4 52
Capítulo 5 65