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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 56

E Nastenka perturbou-se completamente. As suas faces incendiaram-se; baixou os olhos. 

— Que fazer, Nastenka, que posso eu fazer? A culpa foi minha, abusei... Não, não! A culpa não é minha, Nastenka; sofro-o, sinto-o, pois o meu coração diz-me que tenho razão, porque eu nunca poderia ofendê-la, nunca a poderia ferir! Era seu amigo; pois bem, continuo a ser seu amigo; não traí coisa nenhuma.

Veja, as lágrimas correm-me pelo rosto, Nastenka! Deixe-as correr, deixe-as correr, não incomodam ninguém. Secarão, Nastenka...

— Mas sente-se, sente-se!—disse-me, querendo obrigar-me a sentar no banco.—Meu Deus!

— Não, Nastenka, não me sentarei. Não posso ficar mais aqui, não pode voltar a ver-me. Direi tudo e depois vou-me embora. Quero apenas dizer que nunca teria sabido que a amo. Teria enterrado o meu segredo. Não a atormentaria, agora, neste momento, com o meu egoísmo. Mas não consegui dominar-me: foi a Nastenka quem primeiro falou, a culpa é sua, a Nastenka é a única culpada e eu estou inocente. Não pode mandar-me embora...

— Mas não o mando embora, nem pensar nisso! — disse Nastenka, escondendo o melhor possível a sua emoção, a pobrezinha!

— Não me manda embora? Não? E eu que queria já fugir para longe de si! Aliás, irei, mas primeiro direi tudo, pois quando a Nastenka aqui falava, eu não podia estar tranquilo, quando aqui chorava, quando aqui se atormentava com aquele que... pois bem, com aquele — tratarei as coisas pelos seus nomes—, com aquele que a repetia, que recusava o seu amor, senti, verifiquei que existia no meu coração tanto amor por si, Nastenka, tanto amor!... E lamentava imenso não a poder ajudar, com este amor... que o meu coração se dilacerasse e eu... e eu não pude calar-me, fui obrigado a falar, Nastenka, fui obrigado a falar!...

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Capa do livro Noites Brancas
Páginas: 67
Página atual: 56

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 14
Capítulo 3 44
Capítulo 4 52
Capítulo 5 65