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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 58

— Não chore, não quero que chore — disse ela, erguendo-se rapidamente do banco.— Vamo-nos embora, levante-se, venha comigo, não chore mais. — Enquanto falava, enxugava-me as lágrimas com o seu lenço.—Vamos, vamo-nos agora embora. Dir-lhe-ei talvez qualquer coisa... sim, uma vez que ele me abandonou, que me esqueceu, se bem que ainda o ame (não o quero enganar a si)... mas escute-me, responda-me. Se, por exemplo, eu o tivesse amado, quero dizer, se apenas eu... Oh, meu amigo, meu amigo, quando penso nisto, quando penso quanto o fiz sofrer, quando ri do seu amor, louvando-o por não se ter apaixonado!... Oh, meu Deus, como não adivinhei, como não adivinhei... como fui tola... mas... enfim, bem, estou decidida, direi tudo...

— Ouça, Nastenka: sabe uma coisa? Vou deixá-la, eis tudo! Na verdade, só a estou a atormentar. Olhe, neste momento sente remorsos por ter zombado, e eu não quero, não quero que, além do seu desgosto... A culpa foi minha, é evidente, Nastenka, portanto, adeus!

— Espere! Espere um pouco! Não pode esperar?

— Esperar o quê? Como?

— Eu amo-o, mas isto passará; tem de passar. Está mesmo já a passar, bem o sinto... Quem sabe, talvez hoje mesmo chegue ao fim, pois detesto-o, por ele zombar de mim, enquanto o senhor, o senhor chorou aqui comigo e não me teria repetido como ele fez, porque 0 senhor me ama, enquanto ele nunca me amou, em suma... Sim, eu também o amo a si! Amo-o como o senhor me ama. Fui eu própria quem lho disse, antes de o senhor mo dizer; ouviu, não é verdade? E amo-o porque é melhor do que ele, mais nobre do que ele, é porque ele..

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Capa do livro Noites Brancas
Páginas: 67
Página atual: 58

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 14
Capítulo 3 44
Capítulo 4 52
Capítulo 5 65