Capítulo 7: Capítulo 7
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A vontade não movimenta mais nada, e, por conseguinte, também não esclarece mais nada. - Ela simplesmente acompanha ocorrências e também pode faltar. O assim chamado "motivo": um outro erro. Simplesmente um fenômeno de superfície da consciência, um acessório da ação que, ao invés de apresentar os seus antecedentes, antes os oculta. E o que dizer do Eu! Ele se tornou uma fábula, uma ficção, um jogo de palavras: ele parou absolutamente de pensar, de sentir e de querer!... O que segue daí? Não há de modo algum nenhuma causa espiritual! Toda a pretensa empiria inventada para isso foi para o inferno! Isto segue daí! - E tínhamos levado adiante um amável abuso com aquela "empiria". A partir daí, tínhamos criado o mundo como um mundo de causas, como um mundo da vontade, como um mundo do espírito. Aqui, a psicologia mais antiga e mais duradoura estava em obra, ela não fez absolutamente nada diverso: todo acontecimento era para ela uma ação, toda ação a consequência de uma vontade; o mundo tornou-se para ela uma multiplicidade de agentes e um agente (um "Sujeito") colocou-se por debaixo de todo e qualquer acontecimento. O homem projetou para fora de si seus três "fatos internos", os objetos de sua crença mais firme: a vontade, o espírito, o Eu. - Ele primeiramente extraiu o conceito Ser do conceito Eu, ele posicionou as "coisas" como seres segundo sua imagem, segundo seu conceito do Eu enquanto causa. O que há de espantoso no fato de ele sempre ter reecontrado posteriormente nas coisas aquilo que ele tinha inserido nelas? - A coisa mesma, dito uma vez mais, o conceito de coisa, é apenas um mero reflexo da crença no Eu enquanto causa... E mesmo ainda seu átomo, meus senhores mecanicistas e físicos! Quanto erro, quanto de psicologia rudimentar ainda se mantém em seu átomo! - E isso para não falar absolutamente da "coisa em si", do horrendum pudendum dos metafísicos!
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