INCURSÕES DE UM EXTEMPORÂNEO 1
Meus impossíveis. - Seneca: ou o toureador da virtude. - Rousseau: ou o retorno à natureza em impuris naturalibus. - Schiller: ou o trompetista moral de Säckingen. - Dante: ou as hienas que fazem poesia nos túmulos. - Kant: ou a cant [hipocrisia] enquanto caráter inteligível. - Vitor Hugo: ou o farol no mar do contra-senso. - Liszt: ou a escola da destreza segundo as mulheres. - George Sand: ou lactea ubertas; em alemão: a vaca leiteira com um "belo estilo". - Michelet: ou o entusiasmo despido... - Carlyle: ou o Pessimismo enquanto o almoço azedado. - John Stuart Mill: ou a clareza ofensiva. - os irmãos de Goncourt: ou os dois Ajaxes em luta com Homero. A música de Offenbach. - Zola: ou "a alegria de feder".
2.
Renan. - Teologia, ou a degradação da razão pelo "pecado original" (o cristianismo). O testemunho de Renan que, logo ao arriscar uma vez um Sim ou Não de modo mais universal, erra o alvo com uma regularidade penosa. Ele queria, por exemplo, ligar em uníssono la science e la noblesse: mas a ciência pertence à democracia, e isso é palpável. Ele deseja, com uma ambição nada desprezível, apresentar um aristocratismo do espírito: no entanto, ele aconchega ao mesmo tempo sobre seus joelhos, e não apenas sobre seus joelhos, a doutrina contrária: o evangelho dos humildes... De que serve toda essa conversa sobre liberdade do espírito, toda modernidade, toda zombaria e toda a flexibilidade de papaformigas, se em nossas entranhas continuarmos cristãos, católicos e até mesmo sacerdotes!