Decerto, a crença em que as representações, os processos de consciência acompanhantes, tinham sido as causas, também é trazida à tona pela recordação. Assim surge o hábito de uma determinada interpretação causal, que em verdade impede e mesmo exclui a investigação.
5.
Explicação Psicológica para isso. - Reconduzir algo desconhecido a algo conhecido alivia, tranquiliza, satisfaz e dá, além disso, um sentimento de potência. Junto com o desconhecido é dado o perigo, a inquietude, a preocupação - o primeiro instinto aponta para a eliminação destes estados penosos. Primeiro Princípio: qualquer explicação é melhor do que explicação nenhuma. Porque no fundo se trata apenas de querer livrar-se de representações angustiantes, não se considera com a exatidão necessária os meios de produzir um tal movimento. A primeira representação, com a qual o desconhecido se explica como conhecido, faz tão bem que se a "toma por verdadeira". Prova do prazer ("da força") como critério de verdade. O impulso causal está assim condicionado e provocado pelo sentimento de medo. Se houver alguma possibilidade, o “por quê?” não deve tanto entregar a causa em virtude dela mesma, mas entregar sim um tipo de causa. - Uma causa que aquiete, que liberte e que tome mais leve. A primeira consequência dessa necessidade é o fato de que algo já conhecido, vivenciado e inscrito na memória como causa é posto em anexo. - O novo, o não-vivenciado, o estranho são excluídos enquanto causa. Não se busca com isto apenas uma espécie de explicações como causa, mas sim uma espécie escolhida e privilegiada de explicações, que tragam consigo o mais rápida e frequentemente possível a extinção do sentimento do estranho, do novo, do não-vivenciado: as explicações mais usuais.