Toda e qualquer educação superior pertence apenas à exceção: é preciso que se seja privilegiado, para se ter o direito a um tão elevado privilégio. Todas as coisas boas, assim como todas as belas nunca podem ser um bem comum:
pulchrum est paucorum hominum. - O que condiciona a decadência da cultura alemã? O fato da "educação superior" não ser mais nenhuma prerrogativa: o democratismo da "formação universal", da "formação" que se tornou comum... Não esquecer que os privilégios militares impõem formalmente a freqüência demasiado intensa das escolas superiores, isto é, seu declínio. - Ninguém mais se encontra livre para dar, na Alemanha atual, uma educação nobre para suas crianças: nossas escolas "superiores" estão todas elas direcionadas pela mediocridade mais ambígua, com professores, com planos de aula, com objetivos pedagógicos. E por toda parte reina uma pressa indecente, como se fosse uma falta grave para o homem jovem ainda não estar "pronto" aos 23 anos, ainda não saber responder à "pergunta principal": que profissão escolher? - Um tipo superior de homem, seja dito com vossa permissão, não ama "profissões", exatamente pelo fato de se saber diante de um chamamento... Ele tem tempo, ele toma o tempo para si, - ele não pensa de modo algum em ficar "pronto". Com trinta anos se é, no sentido da cultura superior, um principiante, uma criança. - Nossos ginásios apinhados, nossos professores de ginásio sobrecarregados e tornados estúpidos são um escândalo: para defender este estado de coisas, como fizeram recentemente os professores de Heidelberg, tem-se talvez causas. Mas não há razões para ele.