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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 112
Devemos lembrar que os Guardas Civis eram gente odiada pelos trabalhadores. Por gerações seguidas, la guardia não passava de mero apêndice de latifundiários e patrões, e os guardas Civis eram duplamente odiados por suspeitar-se, e com bastante razão, que possuíam lealdade muito duvidosa contra os fascistas.(13) É provável que a emoção com que o povo saíra às ruas nas primeiras horas fosse, em grande parte, a mesma que o levara a resistir aos generais rebeldes, no início da guerra. Está claro que podem afirmar que os trabalhadores da C.N.T. deviam ter entregue o Centro Telefônico sem protestar. Nesse particular, a opinião de cada um será governada pela atitude individual quanto à questão do governo centralizado ou controle pela classe trabalhadora. De modo ainda mais pertinente pode-se afirmar:

"Sim, é muito provável que a C.N.T. tivesse alguma razão. Mas, afinal de contas, havia uma guerra a empreender, e eles não tinham de dar início a uma luta na retaguarda". Com isso concordo integralmente. Qualquer desordem interna poderia ajudar Franco. Mas o que realmente precipitou a luta? O Governo podia ter ou não o direito de tomar o Centro Telefónico, mas o importante é que em tais circunstâncias isso deveria desencadear uma luta. Tratava-se de ato de provocação, gesto que afirmava de fato, e presumivelmente visava afirmá-lo: "Seu poder terminou, e estamos tomando conta agora". Não era sensato esperar outra coisa que não a resistência. Quem mantiver sua noção de proporções terá de compreender que a falta não foi - e não podia ser - cometida por apenas um dos lados. O motivo pelo qual se viu aceita uma versão unilateral é, simplesmente, que os partidos revolucionários espanhóis não têm guarida na imprensa estrangeira. Na inglesa, principalmente, seria preciso procurar muito para achar qualquer referência favorável, em qualquer período da guerra, aos anarquistas espanhóis. Eles foram sistematicamente denegridos, e como sei por minha experiência própria, é quase impossível fazer com que se imprima qualquer coisa em sua defesa.

Procurei escrever de modo objetivo sobre as lutas em Barcelona, embora seja óbvio que ninguém consiga. ser completamente objetivo numa questão desse tipo. Estamos praticamente forçados a tomar partido, e deve estar bem claro em que lado eu me situo. Também é inevitável que eu tenha cometido enganos de fato, não só aqui como em outras partes desta narrativa. E muito difícil escrever com precisão sobre a guerra espanhola, devido à falta de documentos que não os destinados à propaganda. Quero prevenir a todos quanto à minha preferência, bem como a respeito de meus enganos. Ainda assim, procurei o mais que pude ser sincero.

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Capa do livro Homenagem à Catalunha
Páginas: 193
Página atual: 112

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 12
Capítulo 3 19
Capítulo 4 32
Capítulo 5 39
Capítulo 6 51
Capítulo 7 64
Capítulo 8 70
Capítulo 9 81
Capítulo 10 105
Capítulo 11 130
Capítulo 12 142
Capítulo 13 157
Capítulo 14 173