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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 120
O incidente era bastante sem importância, mas circulou a notícia de que o Governo saíra à caça dos anarquistas. As ruas se encheram com homens armados... À noite todos os centros de trabalhadores e edifícios governamentais estavam com barricadas, e às dez horas disparavam-se as primeiras balas e as primeiras ambulâncias começavam a gemer pelas ruas. Pela madrugada toda a cidade de Barcelona encontrava-se debaixo de fogo... Ao correr do dia e com mais de cem mortos, podia-se adivinhar o que acontecia. A C. N. T. anarquista e a U. G. T. socialista não estavam, oficialmente, "nas ruas". Enquanto continuavam apenas por trás das barricadas, estavam apenas observando com atenção, atitude que incluía o direito de abrir fogo contra qualquer coisa armada na rua aberta... As fuzilarias generalizadas eram invariavelmente agravadas por pacos - homens solitários e ocultos, em geral fascistas, que disparavam dos telhados sobre qualquer coisa ou qualquer um, mas fazendo tudo quanto podiam para aumentar o pânico geral... Na noite de quarta-feira, entretanto, começou a tornar-se claro quem promovera a revolta. Todas as paredes foram cobertas por um cartaz inflamatório que pedia uma revolução imediata e o fuzilamento dos dirigentes republicanos e socialistas. Estava assinado pelos "Amigos de Durruti". Na manhã de quinta-feira o diário anarquista negava qualquer conhecimento ou simpatia pelo cartaz, mas La Batalla, o jornal do P.O.U.M., publicava o documento, tecendo para ele o maior louvor. Barcelona, a primeira cidade da Espanha, encontrava-se mergulhada em sangue por obra dos agents provocateurs que usavam essa organização subversiva.

Tal exposição não concorda inteiramente com as versões comunistas que citei antes, mas dará para ver que, em si mesma, é contraditória. Em primeiro lugar os acontecimentos são descritos como "revolta trotskista", depois é demonstrado que resultaram de uma invasão ao edifício da Telefônica, e fala da crença generalizada de que o Governo estava a caça dos anarquistas. A cidade está com barricadas, e tanto a C.N.T. quanto a U.G.T. encontram-se por trás das mesmas; dois dias depois o cartaz inflamatório (na verdade um folheto) aparece, e por implicação isso é afirmado como tendo dado início à coisa toda - efeito ocorrendo antes da causa, Mas há um ponto de falsificação muito séria no texto. O Sr. Langdon-Davies descreve os Amigos de Durruti e a Juventude Libertária como "organizações controladas" pelo P.O.U.M. Eram, ambas, organizações anarquistas, e não possuíam qualquer relação com o P.O.U.M.

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pág. 120 (Capítulo 10)

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Capa do livro Homenagem à Catalunha
Páginas: 193
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 12
Capítulo 3 19
Capítulo 4 32
Capítulo 5 39
Capítulo 6 51
Capítulo 7 64
Capítulo 8 70
Capítulo 9 81
Capítulo 10 105
Capítulo 11 130
Capítulo 12 142
Capítulo 13 157
Capítulo 14 173