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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 126
Prieto achava que os dirigentes do P.O.U.M. eram responsáveis pelas lutas de maio em Barcelona, mas rejeitava a ideia de que fossem espiões fascistas.

- O mais grave de tudo - acrescentou na ocasião - é que a prisão dos dirigentes do P.O.U.M. não foi coisa decidida pelo Governo, e a polícia a efetuou por sua própria conta. Os responsáveis por isso não são os chefes da polícia, mas os que os rodeiam, e que estão infiltrados pelos comunistas de acordo com seu hábito.

Citou outros casos de prisões ilegais feitas pela polícia, e também Irujo declarou que "a polícia se tornara semi-independente" e, na realidade, estava sob controle de elementos comunistas estrangeiros. Prieto deu claramente a entender, à delegação visitante, que o Governo não podia ofender o Partido Comunista enquanto os russos enviassem armas. Quando outra delegação, chefiada por John McGovern M. P. seguiu para a Espanha em dezembro, recebeu respostas bem parecidas às anteriores e Zugazagoitia, o Ministro do Interior, repetiu o que Prieto dissera e o fez em termos ainda mais claros:

- Temos recebido ajuda da Rússia e ternos permitido que certos atos se efetuem, embora não nos agradem.

Um bom exemplo da autonomia adquirida pela polícia está em sabermos que mesmo com uma ordem assinada pelo Diretor de Prisões e pelo Ministro da Justiça, McGovern e seus companheiros de delegação não conseguiram permissão para entrar numa das "prisões secretas" mantidas pelo Partido Comunista em Barcelona.(14)

Acredito que isso baste para esclarecer o assunto. A acusação de espionagem contra o P.O.U.M. apoiava-se apenas em artigos publicados pela imprensa comunista e nas atividades da polícia secreta, controlada pelos vermelhos. Os dirigentes do P.O.U.M., e centenas ou milhares de seus seguidores, continuam presos, e há seis meses que a imprensa comunista continua pedindo a execução dos "traidores". Mas Negrín e os demais mantiveram seu equilíbrio e recusaram-se a empreender um massacre geral de "trotskistas". Levando-se em conta a pressão exercida sobre eles, tal atitude é das mais admiráveis Enquanto isso, diante do que citei acima, torna-se muito difícil acreditar que o P.O.U.M. realmente fosse uma organização fascista de espionagem, a menos que se acredite também que Maxton, McGovern, Prieto, Irujo, Zugazagoitia e os demais estivessem, todos eles, a soldo dos fascistas.

Finalmente, quanto à acusação de que o P.O.U.M. fosse "trotskista", tenho a dizer que tal adjetivo está sendo atirado para um e outro lado com liberdade cada vez maior, sendo utilizado de modo que se mostra extremamente enganoso e muitas vezes nada mais pretende do que iludir.

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Capa do livro Homenagem à Catalunha
Páginas: 193
Página atual: 126

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 12
Capítulo 3 19
Capítulo 4 32
Capítulo 5 39
Capítulo 6 51
Capítulo 7 64
Capítulo 8 70
Capítulo 9 81
Capítulo 10 105
Capítulo 11 130
Capítulo 12 142
Capítulo 13 157
Capítulo 14 173