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Capítulo 14: Capítulo 14

Página 185
Não há motivo para crer que tal estado de coisas se modificará, enquanto perdurar algum domínio totalitário. Não compreendemos ou percebemos todas as suas implicações, porque em nosso pensamento místico acreditamos que um regime fundamentado na escravidão tem de cair. Mas vale a pena comparar a duração dos impérios escravistas da antiguidade à de qualquer estado moderno. Civilizações fundamentadas na escravidão perduraram até quatro mil anos.

Quando penso na antiguidade, o detalhe que me assusta é que centenas de milhões de escravos, em cujas costas a civilização se escorou por gerações sucessivas, não deixaram qualquer registro histórico, Nem sequer conhecemos seus nomes. Em toda a história grega ou romana, quantos nomes de escravos se tornaram conhecidos? Só consigo pensar em dois, talvez três. Um é Espártaco, o outro Epícteto. No salão romano do Museu Britânico encontramos uma jarra de vidro com o nome de seu fabricante escrito no fundo: "Felix fecit". Faço um quadro mental visualizando o pobre Félix (gaulês de cabelo vermelho e aro de metal em volta ao pescoço), mas na verdade ele pode não ter sido escravo, de modo que restam apenas dois nomes conhecidos, e devem ser poucos os que conseguem lembrar-se de mais. Os outros, todos, desapareceram em silêncio completo.

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pág. 185 (Capítulo 14)

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Capa do livro Homenagem à Catalunha
Páginas: 193
Página atual: 185

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 12
Capítulo 3 19
Capítulo 4 32
Capítulo 5 39
Capítulo 6 51
Capítulo 7 64
Capítulo 8 70
Capítulo 9 81
Capítulo 10 105
Capítulo 11 130
Capítulo 12 142
Capítulo 13 157
Capítulo 14 173