Por isso, lançando um último olhar de saudade ao corpo inteiriçado do mísero Árgus, que ainda parecia fitá-lo submissamente - entrou em casa, antes mesmo que Eumeu o viesse chamar. Transpôs o pórtico do vasto edifício e dirigiu-se à sala onde já estava Telémaco, junto dos hóspedes que a desgraça lhe trouxera... Mas Ulisses não passou do limiar, como se realmente fosse um pobre pedinte, Sentou-se e nada disse.
Telémaco, mal o viu, chamou Eumeu e mandou oferecer ao falso mendigo pão e carne - do melhor pão e da melhor carne que ali havia. Comeu Ulisses lentamente, depois de agradecer a Telémaco a generosa esmola. E humilde, tímido, calado, foi em seguida estender a mão à caridade de todos os pretendentes. Queria saber, o astucioso, quais deles eram os bons e os maus, quais seriam capazes de negar a um pobre o conforto das suas dádivas e das suas palavras de piedade...
Não tardou que se revelasse, tal como era, o empedernido coração daquela gente. Melanto, um dos príncipes indignos, apenas Ulisses começou o peditório, exigiu que lhe dissessem o nome e as intenções desse estrangeiro que ninguém conhecia. E Antino - outro pretendente - vai mais longe: - insulta Eumeu, pelo atrevimento de deixar penetrar no palácio