Assim que chegassem ao palácio – advertiu também - Ulisses deveria dirigir-se à sala onde estava Arete, mãe de Nausica, junto de Alcino, ambos sentados ao pé do lume da grande lareira que iluminava e aquecia a casa. Ali, ajoelhado aos pés da rainha, pediria hospitalidade e auxílio para tornar a ver os amigos, a família e Ítaca sempre lembrada.
Ulisses obedeceu a todas estas indicações. Tão depressa e tão ligeiro corria, que ninguém deu por ele até alcançar o palácio.
Todo o soberbo edifício fulgurava: - os muros do pátio da entrada eram de bronze, cercados de um friso azul-celeste; as portas eram de ouro maciço; as ombreiras, de prata; o soalho, de bronze; de bronze também as cimalhas e de ouro puro as argolas dos fechos; ladeando e guardando as portas, havia de cada lado dois grupos de cães, de ouro e de prata, mas vivos e imortais, que ali estavam sempre vigilantes e nunca envelheciam. Ao longo das paredes, desde o limiar até ao fundo, enfileiravam-se tronos cobertos de tapetes de maravilhoso tecido, obra das mulheres da ilha.